Atual

V. 2, nº 7, 2018
(Junho)

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EDITORIAL
POESIAS
PROSAS
INVENTÁRIO TEOPOÉTICO

 

EDITORIAL

Olá, caro(a) leitor(a),

Conciliação 7 (capa)

Continuamos a buscar ressignificar o mundo através de nossa literatura. Não obstante a demora,  aqui estamos nós com a 7ª edição da Conciliação, revista digital de produção teopoética. Trazemos sensibilização à abertura para todos (Sim, Isaías), respeito (A Graça tem Whatsapp), denúncia (Feito a mancha no forro do sofá) e mudança de perspectiva de fé (Medo do céu)

Estreia em nossa revista o teopoeta Denisson Abreu, um leigo católico romano natural de Simão Dias (Sergipe). Ele nos presenteia com a crônica “Medo do céu”, pelo qual nos envolve num processo de elaboração e reelaboração acerca das coisas de além, escatológicas. Ficamos muito contentes com essa colaboração, tão ao gosto de nosso periódico teopoético. Seja bem-vindo, Denisson.

Temos novamente os poemas do querido Wal Martins, companheiro de lutas. O que muito nos alegra também.

Na seção “Inventário Teopoético”, publicamos uma seleção de poemas de Adélia Prado, leiga católica-romana nascida em 13 de dezembro de 1935, na cidade de Divinópolis, de Minas Gerais. Adélia está entre aquelas poetisas que fazem a teopoética ser vista e respeitada. Sua produção, que passa necessariamente pela teopoética, já foi objeto de vários estudos, razão pela qual há uma considerável fortuna crítica sobre a obra da autoras.

Trata-se de uma escrita simples e profunda ao mesmo tempo. Sem grandes malabarismos linguísticos, mas com um impactante poder de contemplação. A autora compreende sua escrita como uma missão, um chamado feito por Deus, através do dom que lhe concedeu.

Merece muita atenção nossa aquilo que nos traz a crônica de Israel Argolo Gonzaga, intitulada “Feito a mancha no forro do sofá”. A crônica traz o drama vivido pelo povo preto nas periferias do Brasil, através da história de uma família evangélica. A mãe, liderança na comunidade; o filho, mais um jovem negro em busca de emprego… O destino, aquele que já conhecemos: o extermínio. Mais um jovem exterminado injustamente; mais uma família estraçalhada pela incompetência do Estado. Parece que Israel previa a morte do garoto Marcus Vinícius, 14 anos, morto  no Rio de Janeiro, enquanto era levado à escola pela mãe. Não, não advinhou… É que esse filme se repete. Quem não se recorda do caso da garota Maria Eduarda, 13 anos, que foi morta na quadra de esportes de sua escola, durante troca de tiros entre policiais e traficantes.

Nesses contextos de insegurança, a fé é um recurso possível às famílias que se encontram expostas a uma violência que lhes fere mortalmente. É um recurso para que se continue a ter esperança, para que se continue a vencer contra toda esperança de morte que lhes ronda. Muito obrigado, Israel, pela sua maravilhosa contribuição. Por dar palavras a nossa angústia…

A presente edição da revista conta com 05 autores participantes da revista (além da teopoeta homenageada na  seção “Inventário Teopoético”). Publicamos 16 poemas (sendo 07 da seção “Inventário Teopoético) e 03 prosas. Mais uma vez não publicamos a seção “Crítica teopoética”. Pretendendo retomá-la na próxima edição.

Desde já, damos-lhes uma boa leitura.

Saudações teopoéticas,

Os editores